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domingo, 19 de outubro de 2014

Jesus, a Cruz e os Discípulos.

Quando Jesus e Seus discípulos iam de um lugar para o outro, distante das cidades paravam pelas estradas ou pelos campos do Império Romano para descansarem e se alimentarem.

Todos eles como quaisquer viajantes cansavam-se depois de uma longa caminhada, Jesus inclusive.

Acredito que quando faziam as refeições entre eles quem cozinhavam eram as mulheres que também seguiam a Jesus, mas há forte indicação de que Jesus de vez em quando também cozinhava.

Com certeza, se não conseguiam alcançar alguma cidade ou vila antes do anoitecer paravam onde estivessem; nestas ocasiões geralmente Jesus buscava sempre algum monte para passar a noite.

Não foram poucas as noites em que Jesus não dormia. Orava a noite inteira, a maioria das vezes foram encontros reservados somente entre Ele e o Pai.

Do mesmo modo que não havia nenhum ritual ou cerimonial que tivesse que observar para chegar-se ao Pai, também agia com simplicidade no relacionamento com todos. Pessoas simples não gostam de cerimoniais.

Definitivamente Jesus não orava para cumprir uma tarefa espiritual que deveria ser repetida sempre, como muitos de Seus discípulos até hoje entendam assim.

Jesus orava, porque conversava com o Pai, como um amigo conversa com outro amigo sentado no banco de alguma praça.

O Filho Eterno se aproximava do Pai Eterno no tempo e o Espírito estava sobre Ele, e cavaqueavam esbanjando intimidade.

Paravam onde queria a qualquer hora do dia, à sombra de uma árvore ou perto de alguma rocha já que não levavam tendas ambulantes.

Depois que foi batizado por João no Rio Jordão, Jesus não habitou mais em nenhuma casa e não carregava nenhuma tenda. Ele era a Tenda de Deus entre os homens.

Quando alcançavam alguma vila ou cidade ficavam na casa de alguém que quisesse hospedá-los. Havia sempre alguém de portas abertas para hospedar Jesus e Seus discípulos. E eles comiam e bebiam em qualquer casa, de quem quer que fosse numa celebração constante e cheia de alegria.

Todos eram considerados iguais no sentido de que eram tratados igualmente e com Jesus e por causa de Jesus não seguiam nem observavam qualquer protocolo nem mesmo se lavavam para comer como exigia um dos preceitos dos fariseus.

Entre uma e outra refeição, entre um dia e outro ou entre uma noite e outra, Jesus e Seus discípulos não poucas vezes cruzaram Israel a pé.

Entre Jesus e os discípulos também não havia preferências, nem algum tratamento especial para um ou outro, porque não havia entre eles discípulos mais importantes que os outros. Nem mesmo Jesus era mais importante que os discípulos e nem mesmo Ele recebia tratamento especial.

Todos se assentavam juntos, ocupando o mesmo espaço, nada de canto separado para Jesus, para Pedro, Tiago e João, algum outro canto para o restante dos discípulos, e outro canto para as mulheres. 

Assim, sem um espaço separado ou uma mesa especial só para Jesus sentavam-se todos juntos e falavam uns com os outros, ouviam uns aos outros e interagiam uns com os outros. Isto era relacionamento.

Não há registro de que serviam o Mestre primeiro. O Mestre cultivava já por muito tempo um jeito de viver e agir bem diferentes, era livre, descontraído, extremamente generoso.

A maioria das vezes Ele repartia primeiro o alimento para Seus irmãos para somente depois comer como ocorreu duas vezes quando multiplicou os pães e os peixes. Ordenou que os discípulos primeiro servissem a multidão.

Hoje em dia é muito diferente quando os crentes almoçam juntos, há sempre uma mesa separada para os líderes e já vi, muitas vezes, a comida que lhes serviram era superior à servida aos irmãos.

Mas Jesus e os Seus discípulos, sentados à mesa, serviam-se da mesma comida enquanto desejassem comer. Água, pão, peixe, carne assada, azeitonas e vinho ao alcance de cada um. Nada de melhor porção para Jesus como José ofereceu a Benjamim preterindo os outros irmãos.

Ao redor da mesa cada um se desarmava, até o introvertido tornava-se extrovertido, e todos interagiam sem qualquer reserva, era "koinonia" verdadeira com muita conversa.

E deviam se divertir à beça ao redor de cada refeição como quando andavam pelos caminhos de Israel. Eram boas novas do Reino que anunciavam. Boas novas trazem alegria, sorrisos, risos, celebração e extremo contentamento.

Quando encontravam à beira de alguma estrada, nos campos, na praia, numa vila, cidade ou por onde quer que fossem, fosse somente uma pessoa ou uma grande multidão sempre paravam para servir.

Com Jesus tudo era bem diferente. Ele nunca tratou ninguém como os religiosos tratavam. Jesus era de outro mundo.

O povo sempre afluiu em busca de Jesus por conta dos sinais que sempre operou e Ele nunca deixou de atender ninguém, porque amava a todos sem distinção.

Quando mais antagônico e mais desigual a Ele, quanto mais impuro, sujo, indigno e perdido alguém fosse era este que buscava, era com ele que comia e bebia com o maior prazer.

Jesus estava sempre buscando alguém para não só manifestar a Sua Graça quanto para superabundá-la. Assim sempre acontecia na vida do mais pecaminoso, especialmente do que tinha sido completamente rejeitado e execrado por algum religioso.

Uma criança não somente é concebida em pecado, mas quando nasce o pecado passa residir nela e irá acompanhá-la até morrer. Conceber em pecado nada tem a ver com a relação sexual da qual foi gerada. Conceber em pecado significa que o pecado passou a todos os homens, desde o primeiro casal. Se Caim e Abel tivessem sido gerados antes de Adão e Eva terem sido expulsos do Jardim não teriam nascido em pecado.

Todos os homens nascem em pecado. Todos os homens pecam. “Todo o homem é pecado.” Wilson Regis. Mas nem todo homem precisa morrer no pecado.

“Mas a todos quantos O receberam – ao Verbo – Deus deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Apóstolo João.

No sacrifício de Jesus na Cruz não desincluiu nenhum pecado que tinha sido cometido anteriormente por qualquer ser humano, que estava sendo cometido enquanto Jesus estava sendo crucificado ou que viria a ser cometido em qualquer época por qualquer um em qualquer lugar no universo.

Na Cruz Jesus atraiu sobre Si todos os pecados, de todos os homens e de todas as épocas e morreu em propiciação de todos eles.

“Ele é a propiciação pelos nossos pecados, não somente pelos nossos, mas pelos de todo o mundo.” Apóstolo João.

Jesus não só atraiu sobre si na Cruz todas as maldições dos homens, toda a maldição sobre a Terra e toda a maldição sobre todo o cosmos, Ele se fez maldição por nós.

Jesus não reconciliou com o Pai e consigo mesmo não somente homens, mas todas as coisas.

Nenhum pecado escapou de estar presente sobre Jesus crucificado na Cruz. Jesus não morreu somente pelos nossos pecados e levou sobre Si todas as nossastransgressões. Como não bastasse ter sido enfermado e moído pelo próprio Pai Jesus se fez pecado. 

Pela Graça Jesus não somente aceitou, mas quis subir no madeiro, ao lugar onde o pecado abundou em extremo muito mais além de qualquer limite.

Nem mesmo no inferno o pecado abundou tanto, de fato, não existe nenhum outro lugar onde o pecado abundou tanto quanto na Cruz de Jesus.

Por causa disto não existe nenhum outro lugar onde a Graça superabundou tanto, nunca, em nenhum outro, mais do que na Cruz em que Jesus foi crucificado.

Antes mesmo de subir à Cruz Jesus onde quer que fosse sobejava Graça para qualquer um.

A Graça sempre se manifestou, desde antes que os mundos foram criados, em toda a Criação, por todos os tempos e todas as eras, culminando na cruz, no sepulcro e na ressurreição.

A Graça é eterna. A Graça tão alta e sublime esteve sempre e está sempre a disposição do menor e do maior de todos os pecadores.





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