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sábado, 16 de julho de 2016

O Fim do Jardim do Éden


O Fim do Jardim do Éden

O homem, todo homem, foi criado para ter comunhão com o Criador, não somente no final do dia, mas o dia inteiro.

Deus criou o homem, macho e fêmea e os colocou no jardim que plantou para lavrarem sua terra e cuidarem dele.

O homem e a mulher viveram no jardim na sua mais perfeita expressão, em plena liberdade, em profunda comunhão com Deus, sem rituais, sem preces e sem obrigações religiosas de qualquer espécie.

E como tinham plena comunhão com o Criador jamais sentiram a necessidade de fazer qualquer coisa que O atraísse para perto deles.

Como as Escrituras não dizem por certo Adão, homem e mulher não oravam, não faziam preces ou rezavam, apenas conversavam com Deus com a mesma naturalidade que conversavam um com o outro. Deus estava com eles todo o dia e não somente ao cair da tarde.

O Reino de Deus na Sua Plenitude estava sobre toda a Terra e Sua Vontade era feita no Jardim como era feita nos Céus.

O homem e a mulher trabalhavam cultivando o jardim, tudo o que faziam era adoração. Por isto certamente o fim do Éden foi o fim da adoração e o início de toda religião.

Jesus e os discípulos nasceram e cresceram em um ambiente religioso, também de ricas tradições, de histórias e experiências poderosas da ação de Deus no passado. Entretanto, verdadeiramente nem Jesus e depois que passaram a seguir a Jesus nem os discípulos seguiram uma religião, ou seja, não faziam parte de uma. Jesus não praticava o Judaísmo.

É certo também que Jesus não fundou o Cristianismo. Ele não fundou nenhuma religião.

As boas novas que Jesus pregou produziam o desespero dos religiosos e a alegria das multidões. Boas novas eram notícias de alegria, celebração, boas surpresas a todo o momento.

Ele proclamou as boas novas do Reino para todas as áreas da existência contrastando com a religião de seus pais que era apenas parte da existência e com a tirania do Império Romano que difundia uma opressão generalizada somando a opressão religiosa.

Toda religião baseia-se inteiramente na experiência e no registro do passado de outras pessoas.
Seguir a Jesus é deixar a religião dos antepassados para viver com Ele no presente. Não pode ser religião, porque religião condiciona o estilo de vida do indivíduo.

Seguir a Jesus é o próprio estilo de vida.

É a própria caminhada no Caminho no ermo. Coisa Nova. Coisa Nova.

Quando Jesus foi batizado por João renunciou e rompeu de vez com a religião de seus pais. ;

Quando os discípulos ouviram e responderam ao “Vem e segue-Me” de Jesus naturalmente deixaram para trás sua vida religiosa, e não podia ser diferente, para se tornarem somente seguidores de Jesus.
Jesus participou de todas as festas dos judeus, mas não se prendeu ao que representavam ou significavam. Eram sombras do que havia de vir.

E Jesus estava ali, já tinha vindo. Ele era a revelação final de cada uma dessas sombras.

A última “Páscoa”, que comeu com os discípulos antes de morrer na Cruz, não foi celebrada como um ritual ou como um memorial da libertação e saída de Seu povo do Egito simplesmente, mas ali mesmo inaugurou a Nova Aliança com Seus discípulos.

A Páscoa era uma festa da Antiga Aliança; todo o ano comemorava-se a Páscoa e matava-se um cordeiro para ser comido por inteiro. O Cordeiro Pascal era Jesus. E Ele estava presente.

A Nova Aliança tem somente um cordeiro, morto de uma só vez, para sempre, que ressuscitou.

O Cordeiro está vivo tão diferente da Antiga Aliança que exigia todo o ano um cordeiro morto.

Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Tira o pecado do mundo, porque tendo sido morto, agora vive.

A religiosidade do homem é inerente. O pecado, a corrupção e a maldade do homem sempre geram nele a necessidade da prática de uma religião. E toda religião gera, alimenta-se e se abastece de culpa e de condenação, algumas religiões numa medida maior e outras em menor medida.

Invariavelmente a religião demanda o esforço próprio do homem de aproximar, apaziguar e servir a divindade.

Qualquer religião, no máximo, transforma o exterior do homem. Não há ninguém que consiga ter sua natureza nem seu coração transformados.

Isto produz no homem uma necessidade de pagar pelas bênçãos que recebe para compensar a falta de mudança em sua vida. Como não muda nunca prefere pagar para assim apaziguar a sua consciência.

Suas ofertas são dadas e as obrigações da religião observadas para fazerem a si mesmos merecedores da benção divina. Essa realidade está enraizada na cultura religiosa especificamente dos brasileiros de todos os credos.

A religiosidade cristã generalizadamente está limitada ao pé da letra das Escrituras e assim impõe seu legalismo em todos os aspectos da vida. Projeta Deus como se fosse um conjunto de entidades.

Sim, Deus é projetado como uma figura distante e às vezes apática aos negócios da vida e da existência, deixando de ser o Deus das Escrituras para ser um deus para cada necessidade e que demanda sempre uma oferenda.

Suas bênçãos são compradas por dinheiro que satisfazem a avareza dos líderes religiosos que desenvolveram uma Teologia de Prosperidade que operam para financiamento de suas máquinas ministeriais ou eclesiásticas.

A religiosidade cristã, especialmente nos meios pentecostais, sempre gera aquela presunção de que as atividades da vida não podem ser exercidas com liberdade e prazer, de que existem assuntos espirituais e assuntos materiais, de que existem coisas que não se fala nem com Deus, como se Deus fechasse Seus olhos ou deliberadamente tapasse Seus ouvidos para não partilhar de alguns dos aspectos da vida humana.
Religião é um túnel de escuridão, onde a luz no fim é apenas uma miragem. Quando mais se avança mais a luz se distancia. É um túnel sem fim.

A partir da expulsão do Éden o homem passou a inventar e a viver de mitos. Sem a Revelação de Deus sempre criou conceitos, símbolos, estilos de vida, culturas, enfim, toda a espécie de mitos. A própria religião é um mito e gera muitos mitos. E todo mito é mentira.

Somente a revelação da pessoa de Jesus pode dissolver os mitos.

É a promessa da vinda de Jesus que fez com que homens e mulheres rompessem com a inércia, a passividade e a postergação da realização de seus anseios mais profundos.

Com toda a certeza puderam crer e aguardar pela manifestação da Luz que dissipa todas as trevas e pela manifestação da Verdade que os capacitaram a viver no presente, livres das sombras e das mitologias do passado.
Contudo poucos em Israel receberam esta revelação, por isso continuaram presos aos mitos do Judaísmo.
Entendendo esta dinâmica melhor, toda religião é o esforço do homem para agradar uma divindade. A divindade, porém, é a projeção de si mesmo e de seus anseios.

Existe um deus e um santo para cada tipo de necessidade e anseio humanos. Os deuses e os santos não surgem, são inventados.

Do mesmo modo hoje, Jesus Cristo pregado por muitos milhares de pregadores sejam católicos, protestantes, evangélicos, pentecostais ou neopentecostais é outro cristo. Muito diferente do Verbo que se fez carne e habitou entre nós.

É um Gesuis que só satisfaz, é servo daquela projeção das necessidades, que precisa se encaixar nas estruturas religiosas denominacionais e eclesiásticas. É um Gesuis atendente, servidor, criado somente para curar e fazer prosperar.

Todo religioso somente busca agradar-se a si mesmo e ao criar um ídolo o faz como projeção de si mesmo. Torna-se semelhante ao ídolo todo aquele que o faz e o adora. Assim acumulam-se para todos os cantos os “falsos santos” e os “falsos cristos” sejam vivos, ou seja, as memórias dos que já morreram.

Toda a religião além de praticada é controlada pelo próprio homem. Os que controlam são muito poucos, os que souberam adestrar as multidões de religiosos em busca de bênçãos que vêm de suas próprias ambições pessoais.

Os líderes religiosos em última instância inventam seus ritos, produzem suas preces e estabelecem as demandas que supostamente os deuses estariam exigindo.

No Cristianismo igualmente líderes religiosos sempre interpretam os mandamentos da Lei de Deus tornando-os mais pesados e duros do que são, de modo que ninguém jamais é capaz de satisfazer as exigências religiosas. Aqui está a base para eles tirarem alguma vantagem dos seguidores, enquanto eles mesmos isentam-se de suas práticas.

Quanto mais perversas são suas demandas mais influenciadas pelas Trevas as religiões se tornam.

Os seguidores ou devotos se envolvem e mergulham num sistema de crenças, atos, práticas, raciocínios e comportamentos somados a sua profunda admiração pelos seus líderes ao ponto de os colocarem numa posição de infalibilidade e de representação do próprio Deus, no caso específico de cristãos.

Qualquer tentativa de dissuadi-los de seu engano é rechaçada sem nenhuma avaliação, alias, na maioria das vezes, nem querem ouvir qualquer argumentação que sinalize uma crítica ao seu líder.

Seguindo as manipulações dos líderes quanto mais os seguidores contribuem cegamente com dinheiro mais dependentes ficam; enfeitiçados são como quaisquer viciados em jogos de azar. Iludidos eles se dão mais e mais à prática de ofertas, na esperança falsa que ficarão ricos um dia. Religião custa muito caro.

Os líderes religiosos de fato gostam de exigir dos seguidores a observância de preceitos, leis, regras, tarefas, rituais, de submeterem-se a cerimoniais e a simbolismos, de separarem sempre o que é espiritual de todo o resto e ao exercício de diferenciarem pessoas das outras, de julgá-las e de classificá-las santas das outras que não são!

Por quê? Porque não conhecem e nem entendem a Graça de Deus e o sacrifício de Jesus Cristo na Cruz do Calvário.

Mesmo se entendessem e pregassem que o sacrifício de Cristo é suficiente para abençoar Seus filhos, perderiam a clientela, pois seus seguidores iriam saber que o mesmo Deus que deu Jesus, com Ele dá aos Seus filhos todas as coisas. Sem barganha. Sem pagamento.

Religiosos jamais conseguem manter seus relacionamentos com outros, porque tão logo escutam algo de alguém que discordam deles e se sentem desafiados em suas crenças e convicções cortam as relações.

Religião separa os melhores amigos uns dos outros.

Religiosos também não sabem manter a amizade nem o relacionamento com os que não são semelhantes a eles, por isto relacionam-se somente dentro do grupo de suas afinidades religiosas. Todos são iguais e praticam tudo semelhantes uns aos outros. É por isto que através da aparência das pessoas facilmente as identificamos com o grupo religioso a que pertence.

Religião gera toda a manifestação de hipocrisia. Infunde um semblante de contrição na medida em que aumenta o emperdenimento do coração.

Religião dá formas uniformes para cada seguidor e cada um passa a ser conhecido pelos cacoetes de sua religião. Tudo é praticado sem autenticidade, igualzinho e previsível como sempre.

Toda religião gera ódio, o Cristianismo inclusive; leia só os exemplos infindáveis de sua história.

Cristãos mataram tanto quanto mulçumanos. Uns mataram aos outros. Até Lutero matou judeus e Calvino os que eram impiedosos sob sua maneira de ver.

E a Santa Sé matou milhões de seres humanos em toda a sua história e principalmente aqueles que faziam descobertas que confrontavam a ignorância de suas doutrinas. Toda religião produz chacinas.

Os judeus comuns do primeiro século eram gente assenhorada pela exploração de todo o tipo: política, social, econômica e pela pior de toda a religiosa.
Mesmo acostumados ao labor e as pressões da vida, antes de seguirem a Jesus, viviam sufocados por algo mais opressor que o trabalho escravo: os cruéis líderes religiosos, feitores da religião aos quais nunca conseguiram satisfazer e eles mesmos jamais tiraram dela qualquer satisfação.

Além de viverem oprimidos pelo jugo da religião carregavam os fardos impostos pelos romanos, ocupantes de suas terras e pelos seus governantes locais corruptos e exploradores.

Quando o Mestre Jesus veio anunciando o Reino era as boas novas excepcionais, recebidas com alegria e satisfação pelo povo.

Aonde Jesus chegava além de ouvirem uma mensagem incomum de Graça, arrependimento, perdão, Reino de Deus, logo percebiam e eram surpreendidos pelo Seu jeito de ser e agir, porque ao contrário dos líderes religiosos relacionava-se com qualquer um, com todos, sem fazer acepção de pessoas, sempre servindo e servindo, nunca com uma postura de superioridade.

E havia Poder não somente no que Jesus dizia, mas nos Seus milagres, nas Suas curas e nas libertações de demônios que operava.

Seu jugo era suave e seu fardo era leve. As pessoas conheciam outros poderes. E todos os outros poderes eram pesados e aumentavam os seus fardos.

Quando o Poder de Deus manifestou-se entre eles na pessoa de Jesus elas perceberam que não precisariam mais viver sob o jugo da religião e mesmo continuando a viverem no Império Romano estariam seguindo a Jesus, O Rei de outro Reino.

É somente na perspectiva dos relacionamentos que vamos entender a razão pela qual Jesus comia e bebia vinho com publicanos e pecadores. 

Os seguidores de Jesus eram gente simples, se não eram simples, tornavam-se. 

As Boas Novas do Reino eram novas de alegria, muita alegria.E ao seguirem Jesus experimentaram uma liberdade extraordinária.

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